09/09/2021

Condição de anonimato “não será opção” na negociação de criptoativos, diz diretor do BC

09/09/2021

Maurício Moura também lembrou que a regulação desses ativos vem sendo discutida no Senado e monitorada pelo BC e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM)

SÃO PAULO – O anonimato das transações financeiras envolvendo o Bitcoin e outras criptomoedas não tem agradado as autoridades brasileiras, que defendem uma regulação e uma maior transparência ao regulador.

Na semana passada, Maurício Moura, diretor de relacionamento, cidadania e supervisão de conduta do Banco Central, disse que o “anonimato não será uma opção” nas negociações de criptoativos. A afirmação foi feita durante congresso do Instituto dos Profissionais de Prevenção à Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo (IPLD), na quinta-feira (2).

O executivo lembrou ainda que a regulação desses ativos vem sendo discutida no Senado e monitorada pelo BC e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

“Não posso adiantar muito. Mas o nome dos envolvidos nas operações com criptoativos serão conhecidos de ponta a ponta. Posso afirmar que o anonimato não será uma opção”, disse durante o evento, sem dar mais detalhes.

Cripto em alta no país

Em agosto, o Banco Central passou a incluir, além do Bitcoin, o volume de outras criptomoedas em seu balanço de estatísticas do setor externo. Segundo a autoridade monetária, os brasileiros compraram cerca de US$ 3,7 bilhões em moedas digitais entre janeiro e julho deste ano.

Esse volume inclui compra em corretoras de criptomoedas internacionais, em plataformas P2P e em mineração.

O dados do BC também mostram que os brasileiros exportaram algo da ordem de US$ 4 milhões em criptomoedas no período.

Na época, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, repetiu que há um crescimento muito grande do uso de criptomoedas como investimento, ao invés do uso como meio de pagamentos.

“Quem regula criptomoedas no Brasil é a CVM e entendemos que é mais importante regular primeiro como investimento”, afirmou, em participação na 11ª Reunião do Núcleo de Estudos Avançados de Regulação do Sistema Financeiro Nacional (Neasf), organizada pela Fundação Getúlio Vargas.

Fonte: infomoney.com.br