19/01/2018

Resumo da palestra da Dra. Rochelle no evento de lançamento do IPLD

19/01/2018

A Dra. Rochelle Pastana, Coordenadora-Geral de Inteligência Financeira do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), palestrou sobre o papel do setor privado na prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo no evento de lançamento do IPLD em São Paulo.

 

Segundo a Dra. Rochelle, para que se inicie uma investigação sobre lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo pelos órgãos competentes é necessária a contribuição, por meio da comunicação ao COAF, das instituições que estão presentes no dia-a-dia da movimentação do dinheiro e que conhecem seus clientes, pois são elas que lidam diretamente com a atividade financeira e conseguem diferenciar uma transação suspeita da não suspeita ou um cliente suspeito do não suspeito.

 

Na palestra, a Dr. Rochelle Pastana também discursou sobre  a boa comunicação e a comunicação “para cumprir tabela”, ou seja, a comunicação que contém informações relevantes para o investigador que a receberá, daquelas que não agregam em nada, onde muitas vezes, a instituição comunicante apenas “copia” o enquadramento legal utilizado no detalhamento da comunicação. O objetivo do detalhamento é informar ao COAF e demais órgãos o porquê daquela transação está fora do padrão, quais são as características que apontam para indícios de crimes. Ela frisou que não é necessário que o comunicante tenha certeza da existência de crimes, a comunicação ao COAF se dá pela suspeição, algo que fuja da normalidade.

 

Dra. Rochelle sugeriu que as instituições informem em sua comunicação quais são as circunstâncias e o que explica o enquadramento utilizado no comunicado, como por exemplo sempre dizer a origem e o destino do dinheiro, identificando todas as contrapartes e dar os elementos da devida diligência do conheça seu cliente, que é de extrema importância.

 

Por último, ela falou sobre o lado de quem recebe a comunicação. De acordo com Rochelle, é preciso que o recebedor trate as informações com a devida cautela, de forma que não exponha o comunicante e nem coloque sua segurança em risco. O comunicante precisa sentir-se seguro para fornecer todas as informações.