06/12/2018

Jayder Soares, da Grande Rio, é alvo de operação contra jogo do bicho

06/12/2018

Uma força-tarefa da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro cumpre nesta quinta-feira (6) mandados de busca e apreensão mirando o jogo do bicho na Baixada Fluminense. As investigações apontam que Antônio Jayder Soares da Silva, presidente de honra da escola de samba Grande Rio, comanda organização criminosa que explora jogos de azar e lava dinheiro.

O G1 entrou em contato com a assessoria da Grande Rio, que informou que a escola vai continuar, normalmente, com os trabalhos de preparação para o carnaval de 2019.

O MP-RJ afirma que a contravenção liderada por Jayder expandiu os domínios e atua até em Manaus (AM), onde a empresa Bingo Caxiense do Grande Rio tinha três filiais. A denúncia sustenta que o jogo fora do estado ajudava a lavar dinheiro.

Segundo promotores, Jayder e seus parentes mesclavam o dinheiro obtido das empresas – de forma lícita – com o recolhido com o bicho e jogos de azar em diferentes empresas, como um bazar, serviços de internet , produção de eventos, comércio de alimentos, entre outros.

A denúncia destaca que em 2012 Jayder recebeu R$ 600 mil de pessoas físicas sem informação de origem. O texto lembra ainda que Leandro, sobrinho do patrono, foi autuado em flagrante em apreensão de maquinário em um bingo eletrônico; Yuri, filho de Jayder, já tinha sido alvo da Operação Dedo de Deus, que há sete anos mirou o jogo do bicho no RJ e no Nordeste.

Operação Mala Fortuna

Equipes chegaram no início da manhã à quadra da escola de samba Grande Rio, em Duque de Caxias, e ao galpão da agremiação, na Cidade do Samba, Zona Portuária do Rio.

Também estão sendo cumpridos o bloqueio e o sequestro de bens dos investigados no valor de R$ 20 milhões.

Denunciados por organização criminosa e lavagem de dinheiro

  1. Antônio Jayder Soares da Silva, presidente de honra da Grande Rio;
  2. Dagoberto Alves Lourenço, suposto operador financeiro de Jaider;
  3. Leandro Jayder Soares da Silva, sobrinho de Jaider;
  4. Paulo Henrique Melo Rufino, apontado como o laranja do grupo;
  5. Yuri Reis Soares, filho de Jayder.

A força-tarefa afirma que o presidente de honra da Grande Rio é responsável por controlar a exploração de jogos de azar em Duque de Caxias. Jayder também figura como sócio de empresas ao lado do filho, Yuri, e do sobrinho, Leandro. Os dois são investigados como braços operacionais da quadrilha na operação de lavagem de dinheiro e no controle financeiro da organização.

Dagoberto é citado como homem de confiança do dirigente e operador das contas bancárias relacionadas às empresas e à escola de samba. Paulo Henrique é apontado como ‘laranja’ do grupo e responsável pela lavagem das contravenções penais de jogo do bicho e jogo de azar.

A investigação rastreou operações financeiras suspeitas superiores a R$ 100 mil em espécie, além de uma série de operações imobiliárias – artifícios para lavar dinheiro da contravenção.